Dicas

Impermeabilização de Piscinas

A impermeabilização é indispensável para qualquer área ou superfície que tenha contato com água ou umidade, especialmente as piscinas.

Quem já viu situações de vazamentos de piscinas sabe o quanto essa situação pode trazer transtornos e prejuízos, não é verdade? Problemas como esse afetam toda a estrutura do local e, por isso, é importante que a prevenção seja bem pensada desde a etapa do projeto para a construção desse ambiente.

A importância de impermeabilizar a piscina

A impermeabilização é uma técnica aplicada para impedir que a água, a umidade e outros fluidos possam atravessar estruturas. É um processo comum em lajes, terraços e outras superfícies que ficam expostas às ações climáticas do ambiente.  E, é nesse sentido, que a impermeabilização da piscina também é fundamental na construção de piscinas de alvenaria. 

Afinal, por mais que a estrutura de alvenaria e o revestimento sejam construídos e instalados de maneira adequada para garantir estanqueidade, vazamentos podem acabar aparecendo com o tempo, especialmente se o espaço não for impermeabilizado. E esse pode ser o início de vários outros problemas, como a contaminação da piscina, surgimento de manchas nas paredes e no fundo, aumento do consumo de água e etc. 

Mas o processo de impermeabilização é o mesmo para todos os tipos de piscina?

A resposta definitivamente é NÃO! Ao contrário do que se pensa, cada piscina exige um tipo de produto impermeabilizante – e vários detalhes influenciam no projeto, como: o local, o tipo e a inclinação do solo, a quantidade de água ou umidade prevista para o ambiente, a condição das estruturas, até a utilização interna ou externa. 

O Instituto Brasileiro de Impermeabilização também orienta a prestar atenção no tipo de apoio da piscina – enterrada, semienterrada, apoiada no solo ou elevada -, para realização do projeto. Para alguns arquitetos, a profundidade e o tamanho também impactam na decisão sobre qual tipo de impermeabilização usar, principalmente em piscinas muito grandes e fundas que tenham juntas de dilatação estrutural. Nesses casos, exige-se um projeto de impermeabilização específico.

No caso das piscinas novas, essa etapa deve seguir um roteiro composto por uma prova de carga inicial, pelo mapeamento e correção de fissuras na estrutura, por um estudo impermeabilizante, uma prova de carga de teste e, por fim, pela proteção mecânica de todo o espaço.

Qual processo escolher?

Existem vários tipos de impermeabilizantes que, como vimos, devem ser aplicados de acordo com as características da piscina e do local de instalação. Alguns exemplos são as argamassas flexíveis, membranas de poliuretano, mantas asfálticas e as mantas líquidas.

Para Piscinas de concreto enterradas:

  • Argamassas poliméricas: Para prevenir infiltrações provenientes do lençol freático e combater a umidade ascendente, ideais para impermeabilização de subsolos, cortinas, poços de elevadores, muros de arrimo, baldrames, paredes internas e externas, pisos frios em contato com o solo, reservatórios de água potável, piscinas em concreto enterradas e outras estruturas sujeitas a infiltração do lençol freático. 

Piscinas de concreto elevadas ou estruturas mistas de concreto e alvenaria estrutural:

  • Aplicação de dupla manta asfáltica estruturada com poliéster (não tecido): As mantas asfálticas garantem a perfeita impermeabilização de áreas frias, terraços, lajes, calhas, reservatórios, piscinas, etc. Totalmente impermeáveis, duráveis e flexíveis, as mantas possuem diferentes características técnicas para atender às necessidades dos locais onde serão instaladas. 
  • Destaque também para a massa epóxi: De fácil aplicação, o produto pode ser preparado pelo próprio consumidor, a partir da mistura dos dois componentes da massa, com o cuidado de ter as mãos sempre umedecidas. A superfície deve estar limpa, sem poeira, óleo, graxa ou outro tipo de material. No caso de piscinas, pode ser usado tanto para reparo em piscinas de azulejo, como de vinil.

Um passo a passo

Antes de impermeabilizar a piscina, é importante regularizar toda a superfície conforme a norma NBR 7200, que rege esse tipo de procedimento, e após a cura da argamassa, todos os canos instalados precisam ser tampados para o enchimento da piscina, garantindo que a estrutura seja acomodada com o peso da água. Essa etapa é primordial para que, caso haja algum problema na argamassa de regularização, ela seja corrigida antes da aplicação do impermeabilizante.

Esse tipo de impermeabilização é feito no momento da construção da piscina, por meio da aplicação de uma camada de produto impermeável sobre a argamassa de regularização na superfície. 

A impermeabilização do substrato deve ser feita de modo contínuo antes da instalação do revestimento. Nesse momento, é importante impermeabilizar toda a superfície, dando atenção especial em torno dos ralos, drenos da piscina e outros dispositivos.

Por falar em dispositivos, observe que ele é sempre suscetível a retrabalhos, caso os procedimentos não sejam executados do modo certo. Portanto, a impermeabilização dessa área merece muita atenção.

Vale ressaltar que todos esses sistemas impermeabilizantes acabarão se desgastando com o passar do tempo. Para amenizar o gasto, o processo de substituição do sistema pode ser feito com o chamado “embelezamento”, quando achar necessário trocar o revestimento, ou caso ele solte ao longo do tempo.

Impermeabilização concluída? Não acaba por aí. Por fim é necessário fazer um teste de estanqueidade que irá garantir a qualidade do trabalho. Para tal, basta fechar todos os ralos e pontos de drenagem de água no piso, e encher a piscina com água. Após 72 horas, verifique se não ocorreram vazamentos.

Com o sucesso do teste comprovado, é o momento de assentar o revestimento com argamassa colante. Essa aplicação vai assegurar a colagem do revestimento, que deverá ser assentado corretamente. Todo cuidado é pouco na aplicação do rejunte, pois ele é responsável por impedir a infiltração de água entre a impermeabilização e o revestimento. Uma boa dica é consultar o fabricante antes da compra, já que os revestimentos variam quanto ao tipo de rejunte necessário e existem rejuntamentos específicos para piscinas.

Se algo não der certo, como vou saber?

Muitas vezes é quando a piscina está pronta para receber o acabamento de pastilhas ou azulejos que aparecem os chamados trincas no reboco – geralmente em função de alguma retração, devido a perda de parte da água de amassamento durante o processo de cura da argamassa. Essas trincas ocorrem em maior intensidade quando se usa argamassas muito ricas em cimento, água em excesso, ou quando se executa a camada do reboco com grande espessura.

Caso trincas finas apareçam na argamassa executada sobre a impermeabilização, é possível fazer o acabamento em pastilhas ou azulejos com argamassa colante flexível e o problema estará resolvido, pois as trincas não se propagam para a camada mais deformável do revestimento.

Se, por outro lado, a piscina ainda não tiver sido impermeabilizada e as trincas da argamassa forem finas, ou seja, menores do que 0,05 mm, é possível executar uma impermeabilização flexível capaz de vedá-las e manter a impermeabilidade total. Essas impermeabilizações são, em geral, feitas com mantas asfálticas ou com argamassas poliméricas flexíveis.

Agora, se aparecerem trincas com abertura de alguns milímetros, elas devem ser calafetadas com mástiques elásticos, asfálticos ou em poliuretano previamente à execução da camada de impermeabilização. Após a cura, executa-se a impermeabilização, reforçando-a nos locais das trincas.

Possíveis motivos que podem levar à falha da impermeabilização

O insucesso da impermeabilização têm origem nas falhas de execução que, na maioria das vezes, estão relacionadas à umidade, ao descolamento, à fissuração e às próprias falhas de impermeabilização. São elas:

 

  1. Ausência de projeto;
  2. Escolha inadequada de materiais ou sistemas;
  3. Falhas nas juntas e emendas;
  4. Não execução de rodapé de impermeabilização 20 cm acima do piso acabado;
  5. Falta de proteção da base de platibandas, permitindo a infiltração sob a impermeabilização;
  6. Falhas na execução, como falta de argamassa de regularização que ocasiona a perfuração da impermeabilização e não arredondamento dos cantos e arestas;
  7. Execução da impermeabilização sobre base úmida ou empoeirada, que compromete a aderência, gerando bolhas que poderão ocasionar deslocamentos e rupturas da película impermeabilizante;
  8. Uso de camadas grossas na aplicação da emulsão asfáltica para economia de tempo, dificultando a cura da emulsão;
  9. Instalação de floreiras na cobertura de modo a possibilitar a penetração de água por cima do rodapé impermeabilizado;
  10. Colocação de camada de brita sobre a cobertura, com o intuito de efetuar uma correção térmica, que pode ocasionar fissuras devido à sobrecarga da laje (caso isso não tenha sido previsto no projeto inicial).

 

Então, como vimos o processo de impermeabilização é vital para que a piscina seja entregue com qualidade!!! 

Essa parte deve ser pensada desde o momento do projeto considerando todas as especificidades da piscina e do ambiente no qual ela será instalada. 

Contar com bons profissionais e material de qualidade vai evitar retrabalhos, gastos extras e dores de cabeça.

Ah, e não se esqueça que manter a sua piscina sempre limpa e bem tratada é parte importante do processo — a água com excesso de cálcio e com acidez elevada também pode comprometer o trabalho de impermeabilização.

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